quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Injustiça Brasileira: Caso do “Monstro da Mamadeira”

Injustiça Brasileira: Caso do “Monstro da Mamadeira”





Uma mãe foi estuprada, viu sua filha morrer, foi presa injustamente acusada pela morte da filha, espancada e torturada na cadeia ao ponto de perder a visão de um olho e parte da audição, passou 37 dias presa e se já não bastasse,  o estado defende quem ajudou a cometer estre crime bárbaro.

Esta matéria foi para a mídia pela boca dos seus algozes e a notícia que "bombou" foi que esta pessoa assassinou sua filha dando-lhe cocaína na mamadeira. Você se lembra do caso  "monstro da Mamadeira"?


Estou direcionando este comunicado a todos, mas, principalmente a você que é mãe e que consegue sentir na pele o que esta mulher sentiu. Me coloquei no lugar dela enquanto lia esta matéria e pude sentir sua dor. Isto motivou-me publicar este apelo a todos que tiverem contato com este post. Quando sentimos a dor dos que sofrem injustiças é que podemos entender um pouco mais do que significa ser criado conforme a imagem de Deus. 


Seja solidário(a) e dedique alguns minutos de seu tempo lendo a esta matéria e divulgue a causa desta mãe que foi brutalmente violentada em todos os sentidos sem ter tido um direito de resposta na mesma proporção da qual foi atacada pela mídia.


Compartilhe com o máximo de pessoas possíveis por meio de seu facebook e outros canais que possuir. É o mínimo que nós enquanto membros desta sociedade podemos fazer para ampará-la e ao mesmo tempo protestar contra mais esta forma de violência praticada pelos principais meios de comunicação deste país.

“Olha o que você fez, sua assassina. Encara o que você fez, monstro”. Qual é o código médico que permite a uma profissional, em momento tão doloroso para uma mãe, fazer uma acusação dessas sem nenhuma prova? Fica transparente a intenção, já demonstrada anteriormente à morte da criança, de incriminar Daniele para desqualificar sua denúncia de estupro.

A partir dessa acusação, endossada pelo corpo médico, as coisas se precipitaram. Teria sido feito pelo Instituto de Criminalística de Taubaté um exame toxicológico preliminar (mais tarde especificado como sendo um exame rotineiro, o Blue Test) e o resultado deu positivo para a presença de cocaína. Foi o que declarou o Dr. Paulo Roberto Rodrigues, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Taubaté, o mesmo que estaria investigando o estupro sofrido por Daniele



Crime e reparação
Acharam uma mamadeira e uma seringa com um pó branco (...) Os policiais disseram ser cocaína (...) Na prisão, desfiguraram meu rosto (...) Só vi o túmulo da minha filha quando comprovaram que era remédio que ela tomava 

RESUMO

A desempregada Daniele Toledo do Prado, 25, de Taubaté, foi presa em 2006 acusada de matar a filha ao fazê-la ingerir cocaína. Ficou 37 dias na cadeia, onde foi agredida. Perdeu visão e audição do lado direito. Hoje, move ação de indenização contra o Estado. Quer usar o dinheiro para montar uma ONG de ajuda a crianças com doenças raras, com tinha sua filha.


Por ROGÉRIO PAGNAN  DE SÃO PAULO



Quando o oxímetro passou a fazer píííííííííííííííí, sabia que minha filha tinha partido. Meu corpo todo gelou.

Vi a médica Érika Skamarakis caminhar em minha direção. Ela me pegou pelo braço, me arrastou para a sala de emergência e me empurrou sobre a maca onde minha filha estava deitadinha, só de calça, toda entubada. Morta.

Eu não tive reação. Ela, a médica Érika, começou a gritar. "Olha o que você fez com sua filha, assassina. Você a matou com overdose de cocaína". Eu olhava para todos, médicos e enfermeiros, mas não conseguia dizer nada. Estava em estado de choque.

Ali mesmo, na sala de emergência, um policial disse que eu estava presa.
Acharam na minha casa uma mamadeira e uma seringa. Dentro tinha pó branco, o mesmo recolhido da boca de minha filha por uma enfermeira do pronto-socorro.
Os policiais fizeram um teste nesse pó e decretaram ser cocaína. Para eles, o caso estava esclarecido: eu havia posto por maldade cocaína na mamadeira de minha filha e ela morreu de overdose.

O delegado Paulo Roberto Rodrigues chamou a imprensa. Passei a ser chamada de "monstro da mamadeira".
Mãe, familiares e amigos em visita na prisão.

Apareceu tudo nas TVs da cadeia para onde fui levada, lá em Pindamonhangaba.
De um grupo de 21 presas, pelo menos 12 delas passaram a espancar o "monstro" e a "vagabunda" que matou "sua própria filha". Eu ainda não conseguia falar nada.
Puxaram meu cabelo, me jogaram no chão. Recebi chutes, muros e pauladas.
Quebraram minha clavícula, meu maxilar e desfiguraram todo meu rosto. Diziam que eu precisava sofrer muito antes de morrer.
Uma presa colocou uma caneta dentro do meu ouvido, com a ponta virada para o meu tímpano. Ela pretendia bater naquilo com um objeto.
Uma outra presa a convenceu a parar. Ela seguiu o conselho, mas antes quebrou a caneta dentro de mim. Os funcionários me recolheram no pátio na manhã seguinte.
Não sei quantos dias fiquei desacordada no hospital. Sei que fiquei presa por 37 dias.
Desses, 28 deles passei sem ver a luz do dia, comendo bolacha de água e sal, com suco de saquinho. Tinha medo de ser envenenada.



REMÉDIO


Perdi a audição e a visão do lado direito do rosto. Ainda sinto dores e precisarei passar por novas cirurgias porque os ossos foram calcificados em posição errada.

Só consegui ver o túmulo da minha filha quando os laudos comprovaram que o pó branco, aquele que a polícia afirmou ser cocaína, era resíduo dos remédios que ela estava tomando.
Minha vida foi destruída dessa forma porque 11 dias antes de minha filha morrer, fui estuprada dentro do hospital universitário da Unitau, a Universidade de Taubaté.
Minha filha estava internada para tratamento de saúde, rotina que vivíamos havia três meses. Ela tinha uma doença rara. No seu cérebro surgiam feridas e, em razão delas, ficava inconsciente. Os medicamentos do misterioso pó branco eram justamente para tratar isso.

Fui estuprada por um aluno-médico. Ele usou um pano com produto químico que me deixou amolecida.
Enquanto estuprava meu corpo, também violentava minha dignidade. Dizia saber que eu precisava do hospital para tentar salvar minha filha e, caso eu o denunciasse, não teria mais ajuda.
A direção do hospital pediu para que retirasse a queixa, mas não aceitei. Ofereceram até um quarto particular para ficar com minha filha.
No dia 28 de outubro de 2006, na véspera de sua morte, minha filha teve uma nova crise. Fui para o mesmo hospital universitário, como havia sido orientada antes.
Mesmo com um encaminhamento assinado por três médicos, não me deixaram entrar. Disseram ter uma ordem para que não fosse atendida ali. Corri para outro pronto-socorro, onde minha filha morreu horas depois.



FUTURO


Minha filha se chamava Victória. Dei esse nome porque a gravidez foi complicada. Sobrevivemos por milagre. Tive pressão alta, crises convulsivas e eclampsia.

Ela nasceu de 7 meses. Nós ficamos internadas na UTI.
Ela morreu quando tinha 1 ano e 3 meses de idade. Ainda não sei a causa da morte.
Tento, na Justiça, que parte de todo esse meu sofrimento seja reparado. Movo uma ação de indenização contra o Estado e ainda aguardo o resultado desse pedido. Peço dinheiro.
Com ele, quero criar uma ONG para ajudar crianças com problemas de saúde -em especial aquelas com diagnóstico complicado.
Quero pagar pelos diagnósticos, oferecer assistente social e pagar pela internação. Isso custa caro.
Quero tentar dar às mães a ajuda que eu precisei, mas não tive. Que minha filha precisou, mas não teve.
Quero tentar ajudar um pouco das mães violentadas todos os dias nesse país por conta de sua classe social.





Envolvidos no caso Victória não comentam


O delegado Paulo Roberto Rodrigues, responsável prisão de Daniele, não quis comentar o assunto.


De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, ele exerce suas funções na Delegacia Seccional de Taubaté. Também não quis comentar o caso o delegado Carlos Prado Pinto, que em 2006 era responsável pela cadeia púbica de Pindamonhangaba, onde Daniele foi agredida.

A Prefeitura de Taubaté, responsável pelo pronto-socorro onde Victória morreu, também não comentou. Informou apenas que "as investigações foram conduzidas pela Polícia Civil e também pelo Conselho Regional de Medicina do Estado".
A prefeitura disse ainda que Érika Skamarakis continua trabalhando como médica pediatra no mesmo local, três vezes por semana e que, agora, está "em licença nupcial fora do país".

Já a Fundação de Saúde de Taubaté, entidade responsável pelo hospital universitário da Unitau, disse que, sobre o estupro, "encaminhou o caso à Justiça para que todas as informações fossem devidamente apuradas."
A sindicância aberta na época da denúncia, disse a fundação, "concluiu que não havia provas de estupro".

O hospital disse que não atendeu à criança em 28 de outubro porque "não conta e não contava com pronto-socorro infantil e, por isso, o atendimento da criança não poderia ser realizado, tendo sido indicado que a criança fosse levada ao pronto socorro infantil municipal."



Hospital Escola de Taubaté, muita coisa estranha já aconteceu lá dentro, mas até hoje ninguém foi punido por nada.
Por isso nós devemos ter todo o cuidado com certas noticias, para não expormos exageradamente um inocente ao um constrangimento ilegal e sem limites, porque á população exclusivamente á brasileira é muito alienada e facilmente é induzida a acreditar em tudo que lhe é exposto,  no caso do diplomata francês Domenic Gaston Strauss Kahn sem querer ser o seu advogado, mas sua historia desde o inicio estava muito estranha, pois um cidadão da altíssima sociedade francesa, se envolver num caso banal de estupro com uma serviçal de um hotel, seria muita burrice da parte dele.
O caso de Daniele é apenas mais um dos vários casos de terror que ja ocorreram dentro desse "sinistro Hospital Escola de Taubaté", e que nunca ninguém é punido, quem não se lembra daquele rumoso caso onde também um estagiário de medicina da UNITAU, agrediu uma criança e que acabou em pizza, caducou o processo e o acusado foi para os Estados Unidos de boa dando risada da cara de todo mundo e daquele caso  também da venda de órgãos humanos por médicos etc.
E agora  o caso da Escola Base depois de todo esse tempo essas pessoas foram ressarcidas financeiramente pelos fatos injustos, mas os danos monstruosos causados por essa extrema injustiça, jamais sairão de suas memórias.

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